segunda-feira, agosto 24, 2009

sobre brigas

quando eu apanhei na escola pela primeira vez tinha seis anos. uma menina simplesmente deu com a merendeira na minha testa. eu não fiz absolutamente nada; fiquei parada, meio que não acreditando naquilo. mais tarde, com uns oito anos, uma menina encrencou com a minha cara e quis me bater. ela era forte e rápida e eu era só gorda e nerd. quando minha mãe ficou sabendo me disse que se acontecesse de novo e eu nao revidasse ela é quem iria me bater. foi como que uma licença para praticar o mal. o mais perto que cheguei disso no âmbito empírico foi um puxão de cabelo que dei numa menina absurdamente burra. com o passar dos anos outras pessoas quiseram me bater, só que eu comecei a construir esse ser besta que hoje sou, enrolando todo mundo com uma retórica vazia. o resultado é que no fim do ensino fundamental eu tinha pessoas que se ofereciam pra bater em pessoas que eu não gostasse, favor que nunca usei mas que era útil na parte de construção do discurso.

a grande verdade é que eu nunca quis bater em ninguém; eu só queria que as pessoas não quisessem me bater, queria ser normal [e não uma gorda nerd] e passar totalmente desapercebida.

6 comentários:

Marcia disse...

Olá

Não lembro quando foi a primeira vez que eu apanhei , mas lembro-me direitinho a primeira vez que bati , hoje quando tenho essas recordações , fico chocada comigo mesma e tento encontrar algum motivo que justificasse aquela atitude tão sem noção.
Foi a temível adolescência, que me fez viver tantas coisas ...
Melhor deixar prá lá ...
beijos

Turcheti disse...

"no âmbito empírico" foi sensacional!! eu bateria em alguém que vc não gostasse justamente porque vc fala coisas desse tipo!

Rob disse...

Engraçado, essa semana meu sobrinho apanhou na rua de um garoto com um histórico violento na porta da minha casa, quando vi, fiquei puto, eu tinha acabado de sair d banho, mesmo descalço fui até a casa do garoto e na melhor das intenções (como odeio violência) disse: olá! Tudo bom, aqui você ficou sabendo a confusão do seu garoto com meu sobrinho?” o cara respondeu: Sim mas essas coisas acontecem, deixe que os garotos resolvam” Ai eu falei com ele que o filho dele era responsabilidade dele e ele deveria educar o garoto e não estimula ele a tais coisas, ai o cara, falou: Meu amigo, eu não vou perder meu tempo com essas coisas, manda seu sobrinho bater nele então.

Nas hora parei pensei, quase explodindo de ódio do sujeito, ai eu disse: Olha eu vim até aqui na melhor das intenções, agora, se ser filho, encostar um dedo no meu sobrinho, o problema vai ser entre eu e você, e nos vamos dar um péssimo exemplo envolvendo violência, fica a seu critério decidir, pois não vou ensinar meu sobrinho a agredir ninguém, mas eu aprendi isso muito bem, e pode ser uma saída pra nosso empecilho.

Até hoje não vi o filho desse sujeito na praça do lado da minha casa, onde as crianças brincam, fiquei, com uma dor enorme na consciência por partir para esse ponto, mas pensei que seria melhor que isso acontecesse entre eu e o pai do garoto do que entre meu sobrinho e o garoto que poderia aprender a resolver as coisas desse modo tão retroativo.

max disse...

já quiseram me bater.... foi na 8ª série..... eu ainda era menor do que sou hoje.... nem sei porque o cara encrencou comigo.

Hoje ele tem dois metros de altura e um e meio de largura... é segurança e com certeza bateria em qualquer segurança que eu já conheci aqui em BH..... é um doce de pessoa e muito amigo meu.

Vai entender....

Unknown disse...

Lembrei que eu SEMPRE apanhava de uma menina, chamada Bruna, filha de um casal de amigos dos meus pais. Não sei porquê, ela sempre me batia e eu não fazia nada. Depois que a gente cresceu, a mãe dela criou um péssimo hábito de toda vez que me encontrar dizer: "nossa, lembra que a Bruna batia em você?". Até o dia em que eu respondi: "claro que eu lembro. Ainda bem que eu não revidava porque sem apanhar ela já se tornou o ser inútil que ela é. Imagina se eu tivesse batido". Sim, ela é uma inútil à toa, que não faz nada da vida. Eu não sei bater fisicamente, mas, como minha mãe sempre me diz: "controle sua língua, é uma metralhadora".
E eu vou educar meu filho pra ser uma metralhadorinha tb. Sei que não é muito polido. Mas é tão legal deixar as pessoas sem resposta.

Cidadão de BH disse...

Eu já apanhei, e depois aprendi a bater. Também era um gordo nerd - muito mais gordo do que nerd - na escola.

14 anos de judô e 2 títulos estaduais depois, nunca mais tive problemas.