domingo, novembro 19, 2006

ninguém pode garantir nenhuma espécie de recompensa ou ganho a cada passo dado. é como se descobríssemos, com pavor, que ao invés da construção de uma história linear e contínua, temos montado uma rede, algo tão fractal quanto a forma que a espuma toma ao redor dos seus pés, durante o banho, e que só a matemática complexa pode dar conta.
aí que o telefone não toca, o email não chega, e você está só nesse emaranhado de porquês. cada ato um risco, sem a garantia de que não haverá arranhões.
ao menos não é o caos, são só eventos complexos [dizem]. a ausência de um chão faz com que atiremos para todos os lados, e acabemos numa passionalidade que é péssima no momento de mensurar as coisas [camundongos viram hipopótamos]. depois de dois mil anos de civilização apolínea, dionísio chega e se instala, e nos delegam o dever de extrair ordem do caos. sem referências, sem valores, só com o operacional, mas isso também ninguém pode garantir. e neste momento só há uma única certeza, que é, na realidade, baseada num possível [um cálculo do risco?]: se esse telefone não tocar, alguma coisa terá que ser feita [e fui eu quem tirou a carta d'o carro].

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