segunda-feira, outubro 20, 2008

você é tão óbvio, ela pensou. poderia ter verbalizado, mas não queria mais falar. uma enorme falta de fé a havia tomado desde a madrugada, quando não dormira. tão óbvio. posso dizer que espera alguma coisa, talvez possa dizer até o que espera. certamente não a mim. eu vim, ela pensou, e fui simplesmente ignorada, como se nunca tivesse sido. o fato de ainda o observar tinha uma explicação: queria vê-lo fracassar. ele sofreria, ela sabia, era tão jovem e tão seguro de si, um alvo fácil para a dor. o que não admitia era que seu desejo mais profundo seria vê-lo voltar, como se a vida tivesse sempre sido doce e azul, sem manchas e interferências. sempre tão óbvio, ela pensou. ele voltaria, mas ela não estaria lá. e sorriu sinceramente.

2 comentários:

Alê Magalhães disse...

nada como ser amigo de artista...
meu eu lirico quer ser amigo do seu eu lirico...

Liliane Pelegrini disse...

pienso que voy a roubá-lo para ser mi muchacho y.
saudade, né.
beijo.