quinta-feira, outubro 09, 2008

peur

provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. cantaremos o medo, que estereliza os abraços. el miedo es una sombra que el temor no esquiva, es una trampa que atrapó al amor, es la palanca que apagó la vida, es una grieta que agrandó el dolor. o medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. pavor é a ênfase do medo. não cantaremos o ódio, porque este não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro. o medo é uma linha que separa o mundo, é uma força que não me deixa andar; tenho medo de parar e medo de avançar. a resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade. na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que lhe causa medo. sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, na qual o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade. medo de olhar no fundo, de dobrar a esquina, de ficar no escuro. mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. medo de se achar sozinho, de perder a rédea, a pose e o prumo; medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo. medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte [não é que eu tenha medo de morrer, é que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer]. o medo pode se transformar em uma doença [fobia] quando passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psíquico. o medo é medonho, o medo domina. o medo é a medida da indecisão. medo de se arrepender, de deixar por fazer, de se amargurar pelo que não se fez. medo de fugir da raia na hora h, medo de morrer na praia depois de beber o mar, medo de perder a vez. morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas. mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.

what do you fear the most?

niente paura, babe. vem.
[que medo alegre, o de te esperar].


palavras de:
drummond
lispector
lenine, pedro guerra e robney assis
wikipédia
veríssimo
woody allen
paula

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