segunda-feira, março 12, 2007

ainda é cedo, fique aqui. tudo passa tão rápido, não é? as cores e cheiros vão-se, parecem acompanhar a desaceleração que não chega a agradar. será que no fim só resta o sozinho? há vazios em excesso na narrativa, mas não há nada a ser feito. tento te manter acordado, tento te manter atento [tento te manter]. algumas vezes simplesmente não há verbalização e o momento passa. o mês voa e seus cabelos crescem, rapidez característica e que me faz sorrir, mesmo sem que eu saiba a razão. ainda em câmera lenta me perco, o mundo não tem paciência. há palavras no dispositivo, eu sei. são bonitas as palavras, signos que eu sempre quis sentir. mas há uma tristeza condensada, que passa por questionamentos [se fosse com outra, talvez você não dormisse] e ela não me deixa responder. me lembro do meu avô. nos últimos dias não conseguia vê-lo, fraqueza. hoje sinto falta de cada segundo perdido. talvez não seja tão cedo assim, talvez o frescor já tenha ido e as cores estejam desbotando, e eu não saiba lidar com a rotina. há medo do lugar comum, de não ser espetacular o suficiente. será que você me conhece ou sou só uma abstração com cheiro de azul? me vejo exposta e desconstruída só por ter demonstrado alguma pouca coisa. é preciso ser forte e eu não consigo não fingir que não sou. não consigo.

4 comentários:

Unknown disse...

Acho que eu ainda não conheço o cheiro de azul =[
Beijos, Paulete, saudades de ti!

Raul disse...

Ninguém é tão forte o quanto aparenta ser, Paulinha. Não se preocupe, "Força" é algo que a gente nunca sabe quando e o quanto tem...

Unknown disse...

mas é assim mesmo.

e vc vai aprender que é essa insegurança que é a graça da coisa. porque é um auto-aprendizado.

Anônimo disse...

diz que vc quer se encontrar comigo pra gente falar sobre isso e sobre mais outras coisas?! diz!