quinta-feira, novembro 02, 2006

e ele disse que, quando gostamos, dois anos passam muito rápido, e riu da inocência dela, que considera dois anos uma vida. ele ri dela e para ela, e ri especialmente desse frescor que ela exala e ele tenta carregar em si mesmo, essa sensação azul de que se está só começando (ele não sabe bem o quê). ele ri e argumenta que "porque eu gosto" não é justificativa, mas ela fala assim mesmo e ele entende (ele sempre entende).
e tudo o que ela queria era perguntar "quer ser meu novembro?", esperando, trêmula, que ele respondesse que não, que ele quer no mínimo dois anos, para mostrar a ela que quando a gente gosta o tempo passa muito rápido, e é mais doce do que qualquer sentimento retratado em película.
mas estavam todos com sono, e faltou alguma coisa que ninguém tinha plena certeza do que era (talvez faltasse a peripécia neste conto infinito).

5 comentários:

Anônimo disse...

Poético, srta Ribeirinho, muito poético...

...

É bom saber das coisas, rss!

Anônimo disse...

Você já me explicou o que é peripécia. Agora, me explica as entrelinhas desse texto aí (caso haja, claro). De qualquer forma, é lindo e profundo, como tudo que vem de vc.

Raul disse...

Sei exatamente como dois anos passam voando. O tempo é injusto demais.

Belo texto!

Liliane Pelegrini disse...

Não sei dos fatos que inspiraram o conto, mas os imagino. E gosto!
P.S.: Só queria avisar que a srta. foi publicada novamente no digníssimo blogdepapel. Quem mandou deixar da primeira vez e abrir precedentes? Quem mandou escrever coisas boas? (Olha o que a intimidade faz com as pessoas...)
Beijo!

Unknown disse...

É a eterna infinidade de diferenças entre os sexos...

Outra coisa: vc tá lendo Todorov...acabei de ler um livro dele pra facul, A conquista da América.

Bjos e bom feriado,
*Paulinha*