(Paulo Leminski)
Soa estranho, esta manhã,
tudo o que sempre foi meu, como pode?
Como pode que esse som lá fora,
os sons da vida, a voz de todo dia,
pareça ficção científica?
Como pode que esta palavra,
que já vi mil vezes e mil vezes disse,
não signifique mais nada,
a não ser que o dia, a noite, a madrugada,
a não ser que tudo não é nada disso?
Pode que eu já não seja mais o mesmo.
Pode a luz, pode ser, pode céu e pode quanto.
Pode tudo o que puder poder.
Só não pode ser tanto.
*Devido a limitações do blog, não pude disponibilizar o poema no
formato que Leminski escrevia, aquele "ziguezague".
2 comentários:
não tinha um post antes desse? Eu tinha até comentado nele... como pode?
simplesmente perfeito
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